Antônio Vieira (1608 – 1697)
Antonio Vieira nasceu em Lisboa, no ano de
1608, e veio ao Brasil aos seis anos de idade juntamente com sua
família, que se fixou na cidade de Salvador. Anos mais tarde,
matricula-se no Colégio dos Jesuítas onde estuda principalmente
retórica, filosofia, matemática e teologia. Ingressa na Companhia de
Jesus em 1623 e, após lecionar retórica, ordena-se sacerdote no ano de
1634 e prossegue pregando sermões nas igrejas de Salvador.
Defensor dos direitos humanos, dos indígenas,
dos judeus, dos cristãos-novos e da abolição da escravatura, Padre
Antonio Vieira, além disso, criticou severamente alguns aspectos da
Igreja e da Inquisição. Em um de seus sermões mais famosos, o da
Sexagésima, o padre, munido de metáforas, traz a ideia contida na
Parábola do Semeador para reforçar a premissa de que um dos problemas da
Igreja está naqueles sacerdotes que não se esforçam em disseminar a
palavra de Deus.
Volta para Portugal no ano de 1641 como
diplomata após a Restauração da Coroa contra a Espanha. Volta para o
Brasil e instala-se no Maranhão. Lá, desentende-se com os senhores de
escravos, pois era de opinião contrária à escravidão indígena, e decide
voltar para Lisboa. Em Portugal, defende os judeus, o que lhe rendeu
dois anos de prisão pela Inquisição em Coimbra. Após ser anistiado, vai a
Roma, onde consegue influência junto ao alto escalão da Igreja
Católica.
Regressa ao Brasil em 1681 decidido a organizar
a publicação de seus sermões, em 16 volumes, e permanece em Salvador
até falecer em 1697.
Obras
Considerado um mestre na
retórica e oratória, Vieira é conhecido pelos seus sermões, pelas cartas
e por um livro de profecias não concluído. Sua obra continua sendo
estudada nos dias de hoje não apenas no Brasil, pois Padre Antonio
Vieria é um importante autor para as letras de língua portuguesa.
Antonio Vieira escreveu cerca de duzentos
sermões durante toda sua vida. Dentre eles, os mais famosos são: da
Sexagésima, da Quinta Dominga da Quaresma, de São Pedro, pelo Bom
Sucesso das Armas de Portugal Conta as de Holanda, do Bom Ladrão, de
Santo Antônio aos Peixes, dentre muitos outros. São escritos em estilo
conceptista, utiliza-se da retórica para trabalhar suas ideias e
conceitos.
Conhecido também pela sua vasta troca de
correspondência, que somam mais de quinhentas cartas sobre o
relacionamento entre Portugal e Holanda, sobre a Inquisição e a situação
da Colônia.Em suas profecias, percebe-se o Sebastianismo, que é a
crença no retorno de D. Sebastião a Portugal para transformá-la
novamente em uma grande potência.
Nenhum comentário:
Postar um comentário