quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Vamos conhecer um pouco sobre o mais importante representante do Barroco em Portugal ?

Nome Completo: Antônio Vieira

Quem foi:
Padre Antônio Vieira foi um importante religioso, orador e escritor português do século XVII. Atuou, no Brasil, como missionário da Companhia de Jesus. É considerado um dos principais escritores e oradores sacros do barroco brasileiro.

Nascimento:
Padre Antônio Vieira nasceu na cidade de Lisboa (Portugal) em 6 de fevereiro de 1608.

Morte:
Padre Antônio Vieira morreu na cidade de Salvador (Bahia) em 18 de julho de 1697.

Principais realizações e atividades:
  • Foi professor de Retórica na cidade de Olinda.
  • Atuou como missionário católico, defendendo a liberdade dos indígenas brasileiros.
  • Escreveu importantes sermões, considerados importantes exemplos da literatura barroco brasileira.
  • Foi Visitador-Geral da Província do Brasil.

Principais obras

  • Sermão de Santo Antônio aos Peixes
  • Sermão da Sexagésima
  • Sermão da Quinta Dominga da Quaresma
  • Sermão do Bom Ladrão 
  • Sermão do Mandato
  • Sermão do Espírito Santo
  • Sermão Pelo Bom Sucesso das Armas de Portugal, contra as da Holanda
  • Sermão de Nossa Senhora do Rosário

Frases

  • "Sem Angola, não há negros e sem negros não há Pernambuco."
  • "Ódio e Amor são os dois mais poderosos afetos da vontade humana."
  • "Para falar ao vento bastam palavras;, mas para falar ao coração são necessárias obras."

Projeto de Leitura

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BARROCO EM PORTUGUAL






Também chamado de Seiscentismo, foi o estilo artístico dominante nas cortes européias do século XVII e dos princípios do século XVIII. Em 1580, ano da morte de Camões, ocorre a unificação ibérica, e Portugal torna-se domínio espanhol até 1640.


Características

• Antropocentrismo x teocentrismo• Visão conflituosa do mundo• Cultismo (forma)• Conceptismo (conteúdo)• Abundância de metáforas, antíteses, hipérboles• Rigidez formal• Razão x emoção• Dualismo (tensão entre a herança medieval e a renascentista)


Obra e autores

• Padre Antônio Vieira:-Sermões (15 volumes, 13 publicados entre 1679 e 1690, e 2 entre 1710 e 1718).Destacam-se: Sermão da Sexagésima – sobre a arte de pregar; Sermão pelo Bom-sucesso das Armas de Portugal contra as de Holanda, e Sermão de Santo Antônio (Sermão dosPeixes) – que trata da questão da reação contra o invasor holandês; Rosa Mística – a questão dos escravos; Sermão da Primeira Dominga da Quaresma e da Quinta Dominga da Quaresma – sobre a questão indígena.- Profecias: História do Futuro, Esperanças de Portugal e Clavis Prophetarum.• D. Francisco Manuel de Melo:- Poesia: Obras Métricas (1665)- Teatro: Auto do Fidalgo Aprendiz- Cartas: Cartas Familiares; Carta de Guia de Casados.• Pe. Manuel Bernardes: Nova Floresta.• Frei Luís de Sousa: Vida de D. Frei Bartolomeu dos Mártires.

O padre Vieira foi um grande e produtivo escritor do barroco em língua portuguesa. Escreveu 200 sermões - entre os quais pode-se destacar o "Sermão da Sexagésima" -, cerca de 500 cartas e profecias que reuniu no livro "Chave dos Profetas", que nunca acabou.

A família Vieira veio para o Brasil e fixou residência em Salvador, na Bahia, quando Antonio tinha seis anos. Seu pai era funcionário do império português. Aos 15 anos, ingressou na Companhia de Jesus.

Formou-se noviço em 1626, e além de teologia estudou lógica, física, metafísica, matemática e economia. Lecionou humanidades e retórica em Olinda e em 1634 foi ordenado sacerdote, na Bahia.

Aos 33 anos, voltou a Portugal com uma comissão de apoio ao novo rei Dom João 4o. Nessa época Portugal passava pela guerra da Restauração da Coroa contra a Espanha. Existiam ainda conflitos contra a Holanda, França e Inglaterra.

Em 1643, Vieria foi designado pelo rei Dom João 4o para negociar a reconquista das colônias. Suas propostas eram conciliar Portugal e Holanda, entregando a província de Pernambuco aos holandeses a título de indenização; reunir em Portugal os cristãos-novos, isto é, os judeus que estavam espalhados pela Europa, e protegê-los da inquisição. Em troca os judeus investiriam nos empreendimentos do Império Português.

Consideradas absurdas, suas idéias foram rejeitadas e Vieira retornou ao Brasil estabelecendo-se ao norte do Maranhão. Os dois primeiros volumes dos "Sermões" foram publicados em Madri em 1644, mas a edição estava tão ruim que Vieira não a reconheceu como legítima.

Em 1661, Padre Vieira foi obrigado a deixar o Maranhão, pressionado pelos senhores de escravos que não concordavam com suas posições contrárias à escravidão indígena. Voltou para Lisboa onde foi condenado pela inquisição em virtude de seus manuscritos "heréticos": "Quinto Império"; "História do Futuro" e "Chave dos Profetas". De 1665 a 1667 ficou preso em Coimbra.

Em 1669 foi anistiado e seguiu para Roma onde ficou até 1676 sob a proteção da Rainha Cristina da Suécia. Dez anos depois foi publicado oficialmente o primeiro volume dos "Sermões", em Lisboa. Em 1681 voltou ao Brasil onde passou a dedicar-se à literatura. Padre Antônio Vieira morreu aos 89 anos, na Bahia.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Outra Visão do Barroco



Luís Filipe Silvério Lima

Os Sermões são a obra pela qual o jesuíta Antônio Vieira (1608-1697) ficou conhecido, sendo depois considerado por suas prédicas impressas o “Imperador da língua portuguesa”, na expressão recorrentemente lembrada de Fernando Pessoa.

Em vida, os Sermões circularam impressos simultaneamente tanto como sinal de sua autoridade e fama de pregador quanto veículo de afirmação dessa autoridade – sua e, por decorrência, da ordem jesuítica. Teriam sido impressos, segundo consta em cartas, contra sua própria vontade, a pedido de seus superiores de ordem, para servir como modelo de pregação. Preferiria ficar trabalhando nos seus tratados proféticos, nos quais propunha um Quinto Império do mundo, tratados e projeto que chamava de seus “altos palácios” diante das “pequenas choupanas” dos sermões.

Não obstante, como ele indica no prefácio do primeiro tomo, também começou a organizá-los para combater os volumes não autorizados que foram editados em castelhano, impressos já na década de 1660 e que circularam não só na península Ibérica e na Europa, mas eram a versão lida em muitos lugares das Américas. Sinal do prestígio do pregador e da sua importância como modelo de sermonista, estas edições foram feitas à sua revelia, sem sua autorização, por meio de cópias falhas ou mesmo de textos “alheios”, inventados, alguns completamente diferentes do que havia proferido. Por isso, a importância de ordenar, rever e preparar para edição os seus sermões, segundo os seus critérios. Publicar sua versão escrita dos sermões era, assim, uma marca da sua autoridade como exemplo de pregador e, ao mesmo tempo, um sinal da defesa da sua autoria sobre aqueles textos.

Os Sermoens começaram a sair em 1679, quando ainda estava em Lisboa, e o último volume organizado por ele que veio a lume foi estampado um ano após sua morte em Salvador, na Bahia. Obra do final da vida, iniciada aos 71 anos, os 12 volumes organizavam, em alguns casos, atualizavam uma vida de pregador que se iniciara antes mesmo da sua ordenação em 1636, no colégio dos jesuítas na capital do Estado do Brasil. Dos 12 tomos, dois reúnem prédicas dedicadas a Ns. Sra. do Rosário, entre os quais estão os famosos sermões aos homens pretos, e um é dedicado a S. Fco. Xavier. Afora a organização por homenagem a figuras santas desses três volumes, como ele próprio afirma, os outros nove não parecem seguir nenhuma ordenação, talvez obedecendo ao ritmo de preparação e término dos originais do próprio autor. Além desses, compõem a coleção um volume de sermões de ação de Graças, impresso em 1692 – e entendido por Vieira como livro separado e diverso dos Sermoens, mas contabilizado entre os volumes dos Sermoens no séc. XVIII –, e quatro volumes organizados postumamente, entre 1710 e 1748, contendo sermões, cartas, poemas e discursos vários, sendo depois, dois deles, adicionados à conta de 15 volumes de Sermoens. Ao total, são mais de 200 sermões que cobrem as décadas de 1630 a 1690, proferidos em Salvador, Lisboa, São Luís, Cabo Verde, Roma, entre outros lugares.

Os sermões que temos impressos são a versão escrita de prédicas faladas ao longo da vida do jesuíta, dividida entre Brasil, Portugal, Maranhão e Roma. Por assim dizer, são a voz que se tornou letra impressa, ou para usar uma figura do próprio Vieira, são cadáveres, pois lhes falta a alma, a voz, que lhes dá vida. Se a imagem é talvez demasiado forte para nós, ela nos serve de alerta para entender que entramos num dos pontos altos da produção oratória do séc. XVII, na qual as relações entre impressão, publicização, oralidade, escrita funcionavam por regras diversas das nossas.

O sermão no séc. XVII, e talvez em grande parte do período moderno, era um dos principais meios de comunicação, circulação de informações e de doutrinamento das populações cristãs na Europa e no Novo Mundo. A vida das sociedades do período passava pela palavra anunciada, seja no sermão de grandes homens, como Vieira, Bossuet ou Donne, seja no sermão de rua, pregado por pastores puritanos ou frades mendicantes – ou mesmo fiéis que se arvoraram na figura de homens santos. Vieira ganhou notoriedade e autoridade nos púlpitos o que lhe permitiu circular desde o a sede do governador-geral do Brasil até as cortes européias, tendo recebido convite para se tornar confessor e pregador da rainha Cristina da Suécia, exilada, após abraçar o catolicismo, na Sé romana.

Os sermões que temos aqui digitalizados tratavam, como meios de doutrinação e de reflexão sobre o mundo, dos assuntos os mais diversos que estivessem em pauta no momento e que parecessem ao pároco importantes para ordenar seu rebanho. Lidavam desde os excessos dos senhores para com seus escravos no Nordeste do Brasil, até o nascimento de um príncipe como sinal da graça divina e do início de um novo Império universal; do demônio mudo que reside no espelho até a omissão que gera a perda das Conquistas. Como discurso pensado pela ocasião e para uma audiência específica, os sermões supunham figuras, exemplos e mensagens adequadas ora ao rei e sua corte portuguesa, ora a africanos escravizados nas Américas, ora a príncipes e cardeais romanos. Os 15 volumes de Sermoens, mais os das Vozes, permitem assim supor diferentes situações, momentos, auditórios, problemas enfrentados e combatidos por Vieira na sua trajetória de mais de seis décadas de vida religiosa e política, bem como imaginar as variadas audiências que o ouviram e, quem sabe, adivinhar como estas receberam os sermões, por vezes duramente críticos. Servem assim de repertório riquíssimo para desenhar quadros sobre as sociedades européias e americanas nas quais o jesuíta esteve ao longo do século XVII. Ao mesmo tempo, como palavra impressa que traduz uma voz perdida nos púlpitos, fazem-nos perguntar o que Vieira terá atualizado dos seus sermões ao prepará-los para impressão, 20, 30 às vezes 40 anos depois de pregados. Como também, em sua versão impressa, levam a questões de como terão sido lidos ao sairem publicados para uma outra platéia, que não (ou)vira Vieira no púlpito e então o leria. Agora, uma nova camada de leituras e leitores é somada com a disponibilização integral, pela primeira vez, dos Sermoens de Vieira digitalizados e on-line.
SITES: 


quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Curiosidades sobre a Língua Tupi na Língua Portuguesa

Por causa da obra do padre Anchieta, no final do século 16, com sua Arte de Gramática da Língua Mais Usada na Costa do Brasil e do jesuíta Luís Figueira, com a A Arte da Língua Brasílica, “o tupi é a língua indígena mais bem-documentada e preservada que temos”, diz o professor Eduardo Navarro, pesquisador da matéria na Universidade de São Paulo.

Ele afirma que o tupi é importante para se entender a cultura brasileira.

“O brasileiro já nasce falando tupi, mesmo sem saber. O português falado em Portugal diferencia-se do nosso principalmente por causa das expressões em tupi que incorporamos. Essa incorporação é tão profunda que nem nos damos conta dela. Mas é isso o que faz a nossa identidade nacional. Depois do português, o tupi é a segunda língua a nomear lugares no País”.

A lista de nomes é extensa e continua aumentando. Há milhares de expressões, como:

 
Ficar com nhenhenhém – que quer dizer falando sem parar, pois nhe’eng é falar em tupi.
Chorar as pitangas – pitanga é vermelho em tupi; então, a expressão significa chorar lágrimas de sangue.
Cair um toró – tororó é jorro d’água em tupi, daí a música popular “Eu fui no Tororó, beber água e não achei”.
Ir para a cucuia - significa entrar em decadência, pois cucuia é decadência em tupi.
Velha coroca é velha resmungona – kuruk é resmungar em tupi.
Socar – soc é bater com mão fechada.
Peteca - vem de petec que é bater com a mão aberta.
Cutucar - espetar é cutuc.
Sapecar - é chamuscar é sapec, daí sapecar e sapeca.
Catapora – marca de fogo, tatá em tupi é fogo.

O significado de grande parte dos nomes de lugares só se sabe com o tupi. Como nomes de bairros da cidade de São Paulo.
 

Pari é canal em que os índios pescavam,
Mooca é casa de parentes,
Ibirapuera é árvore antiga,
Jabaquara é toca dos índios fugidos,
Mococa é casa de bocós – bocó é tupi.
Gonçalves de Magalhães (1811 – 1882)

O escritor Domingos José Gonçalves de Magalhães, o Visconde de Araguaia, nasceu em Niterói (RJ), no ano de 1811. Estudou Medicina e filosofia, concluindo seus estudos no ano de 1832. No mesmo ano, publicou a obras Poesias e viajou para a Europa a fim de continuar estudando Medicina. Lá, toma conhecimentos dos principais modelos literários românticos em voga. Em Paris, publica um manifesto intitulado Discurso sobre a Literatura no Brasil e funda a Niteroi, Revista Brasiliense em parceria com os brasileiros Araújo Porto-Alegre e Torres Homem. Em 1836 (ainda em Paris) publicou Suspiros Poéticos e Saudades, considerada a primeira obra do movimento romântico brasileiro.
Retorna ao Brasil no ano de 1837 onde exerce a função de professor no colégio Pedro II e, posteriormente, atua como secretário do militar Duque de Caxias no Maranhão e no Rio Grande do Sul, fato que o encaminhou à função de diplomata, trabalhando em diversos países como Paraguai, Estados Unidos, Áustria e Itália entre outros. Dedica os versos Confederação dos tamoios ao imperador Dom Pedro II que lhe concede o título de Barão e Visconde de Araguaia.
Faleceu em Roma no ano de 1882 e foi escolhido como o patrono da cadeira de número nove da Academia Brasileira de Letras por Carlos Magalhães de Azeredo.

Obras
A partir da publicação do seu primeiro conjunto de poemas, intitulado Poesias (1832), o poeta continuou com uma vasta publicação ao longo de sua vida, abarcando desde poesia, teatro, ensaios e textos filosóficos. Poesias ainda contém características do arcadismo e sua obra sofre uma mudança considerável após sua ida à Europa, onde o contato com os principais autores românticos, como Chateaubriand, Manzoni e Lamartini trouxesse para o Brasil as características daquele movimento literário.
Em seu manifesto intitulado Discurso sobre a literatura no Brasil (1836), publicado em Paris, o autor discute acerca das características que devem compor a literatura nacional, além de fazer uma crítica sobre a situação da literatura brasileira que, segundo o autor, seria uma literatura europeia ambientada em terras brasileiras.
Suspiros poéticos e saudades, também lançado em 1836 enquanto Magalhães estava na Europa, dita os principais temas do romantismo nas letras brasileiras: trata do individualismo, patriotismo, idealização da infância, evocação da natureza, sentimentalismo e desejo de remeter às origens do país. Com isso, é aclamado por seus pares como o inaugurador do romantismo no Brasil.
Em 1856, Magalhães escreveu o poema épico Confederação dos Tamoios (1856), em dez cantos, que versa sobre a rebelião dos indígenas contra os colonizadores portugueses, de mesmo nome, ocorrida entre os anos de 1554 e 1567. Nele, o poeta defende os índios, pois Estes seriam bravos guerreiros empenhados na defesa de sua terra, o que denotaria um forte sentimento nacionalista embora. Logo, o índio seria considerado o primeiro herói nacional.
Além disso, publicou em vida uma série de poemas, tais como: Os Mistérios (1858), Urânia (1861), e Cânticos Fúnebres (1864); duas peças de teatro: Antônio José (1838) e Olgiato (1839) e uma série de ensaios presentes em Opúsculos Históricos e Literários (1865). Publica também textos filosóficos intitulados Fatos do Espírito Humano (1858), A Alma e o Cérebro (1876) e Comentários e Pensamentos (1880).
Apesar de sua importância para as letras como precursor do romantismo literário brasileiro, Magalhães não é reconhecido como um grande poeta pela crítica literária.
Tomás Antônio Gonzaga (1744 – 1810)

Poeta árcade que viveu entre o final do século XVIII e o início do século XIX. Nasceu na cidade de Porto em Portugal no ano de 1744 e veio para o Brasil em 1749, quando tinha apenas quatro anos. Anos mais tarde, o poeta retorna para Portugal para estudar Direito na Faculdade de Leis em Coimbra, cidade onde exerce cargos de magistratura. Intentando uma cátedra na Universidade de Coimbra, defende a tese intitulada Tratado de Direito Natural, dedicada ao Marquês de Pombal.
Retorna ao Brasil em 1782 para a então cidade de Vila Rica (atual Ouro Preto), em Minas Gerais, sendo nomeado ouvidor e juiz. No mesmo ano, conheceu Maria Doroteia Joaquina de Seixas Brandão, jovem de apenas dezesseis anos, a qual inspirou a composição do conjunto de poemas intitulados Marília de Dirceu sob o pseudônimo pastoril de Dirceu.
No ano de 1788, pede Maria Doroteia em casamento, porém, a família da jovem, muito tradicional, inicialmente se opôs ao matrimônio e só mudou de opinião com o passar do tempo.
Tomás Antônio Gonzaga também ficou famoso por sua atuação na Conjuração Mineira, no ano de 1789, na qual vários intelectuais e pessoas influentes se insurgiram contra a monarquia portuguesa e lutavam pela independência da colônia.
Prestes a se casar com Marília, Gonzaga é preso pelo envolvimento na Conjuração e, na cela, escreve grande parte de Marília de Dirceu. O poeta havia começado a obra dedicada à Maria Doroteia ainda antes de ir para a prisão e dá seguimento da mesma enquanto estivera no cárcere, o que explica a mudança drástica de tom no decorrer dos poemas.
No ano de 1792 é exilado em Moçambique a fim de cumprir sua pena. Naquele país, hospeda-se na casa de um rico comerciante de escravos e, no ano de 1793 contrai matrimônio com a filha dele, Juliana de Souza Mascarenhas, com quem tem dois filhos. Falece no ano de 1810.

Obras
Após o exílio na África, é editada a primeira parte da obra Marília de Dirceu. Publicado incialmente em três partes nos anos de 1792, 1799 e 1812 (a última após a morte do poeta). Nessa obra, Gonzaga é um pastor abastado que vive os idílios da vida no campo e canta para sua amada Marília e a natureza ao seu redor. Inicialmente, o poeta escreve sobre temas como o amor, a felicidade, a vida com sua amada e os sonhos de uma família. Como assinala o crítico José de Nicola, Gonzaga discorre sobre os temas sempre sob uma postura patriarcalista, defendendo também a tradição e a propriedade, além disso, o crítico chama atenção para o caráter da obra que, embora receba o nome da amada, em momento algum mostra a voz da mesma. Portanto, o conjunto de poemas pode ser considerado um monólogo, em que apenas o poeta expressa seus sentimentos. Na prisão, há a mudança de tom em Marília de Dirceu e o poeta passa a refletir sobre justiça e sobre seu destino.
Antes de ir para a prisão, Gonzaga escreve uma série de poemas satíricos em forma de correspondência sob o título de Cartas Chilenas. Nelas, Critilo, um habitante de Santiago do Chile, critica os mandos e desmandos do governador Fanfarrão Minésio. Na realidade, Santiago seria Vila Rica e, seu governador, Luís da Cunha Meneses (então governador de Minas Gerais). Além disso, endereça as cartas para Doroteu, que era, na realidade, o também poeta árcade Claudio Manoel da Costa.

Referência:
NICOLA, José de. Literatura Brasileira: das origens aos nossos dias. São Paulo: Scipione, 1998.
Cláudio Manoel da Costa (1729 – 1789)

Nasceu na cidade de Ribeirão do Carmo (hoje Mariana), em Minas Gerais, no ano de 1729. Aos vinte anos foi a Portugal para estudar Direito na faculdade de Coimbra, dividindo as obrigações do curso com a produção literária. Depois de terminada a faculdade, retorna ao Brasil onde exerce a função de advogado na então cidade de Vila Rica (hoje Ouro Preto).
Em Minas Gerais ajudou a fundar a Arcádia Ultramarina com os poetas com Manuel Inácio da Silva, Silva Alvarenga e Tomás Antônio Gonzaga entre outros poetas e intelectuais. Adotou, no ano de 1773, o pseudônimo de Glauceste Satúrnio, sob o qual escreveu a maioria de suas poesias.
Inspirados pelo pensamento iluminista, os integrantes da Arcádia desenvolveram uma conspiração política contra o governador da capitania, culminando na Conjuração Mineira. Por essa época, sua poesia adquire um tom político e o poeta se mostra preocupado com diversas questões políticas e sociais. O movimento levou seus membros à prisão, sob acusação de lesa-majestade, isto é, de traição ao rei de Portugal.
Por seu envolvimento na Conjuração Mineira, o poeta foi encontrado morto em sua cela no ano de 1789. A causa da sua morte ainda não foi esclarecida e alguns historiadores acreditam que ele tenha sido morto a mando do Governador, outros, que ele haveria cometido suicídio.
Anos mais tarde, ao final do século XIX, como homenagem, Claudio Manoel da Costa foi escolhido o Patrono da cadeira de número oito da Academia Brasileira de Letras.

Obras
Claudio Manoel da Costa é considerado o primeiro poeta do movimento árcade brasileiro, embora ainda apresente características barrocas em toda a sua obra, principalmente no que diz respeito ao estilos cultista e conceptista utilizados, compondo poemas perfeitos na forma e na linguagem. Por isso, costuma-se dizer que Claudio Manoel da Costa é um poeta de transição entre o barroco e o arcadismo. Além disso, seus poemas têm influência dos versos camonianos.
O início do movimento árcade na literatura brasileira tem como marco a publicação de sua coletânea de poemas intitulada Obras (1768). Diferentemente da produção poética anterior, Claudio Manoel da Costa prioriza o retrato da natureza como um local de refúgio dos problemas da vida urbana, onde o poeta/pastor pode desfrutar da vida rural.
Seus temas giram em torno de reflexões morais e das contradições da vida, além de ter escrito um poema épico, Vila Rica, no qual exalta o bandeirantes, exploradores do interior do país além, é claro, da fundação da cidade de mesmo nome.
Antônio Vieira (1608 – 1697)

Antonio Vieira nasceu em Lisboa, no ano de 1608, e veio ao Brasil aos seis anos de idade juntamente com sua família, que se fixou na cidade de Salvador. Anos mais tarde, matricula-se no Colégio dos Jesuítas onde estuda principalmente retórica, filosofia, matemática e teologia. Ingressa na Companhia de Jesus em 1623 e, após lecionar retórica, ordena-se sacerdote no ano de 1634 e prossegue pregando sermões nas igrejas de Salvador.
Defensor dos direitos humanos, dos indígenas, dos judeus, dos cristãos-novos e da abolição da escravatura, Padre Antonio Vieira, além disso, criticou severamente alguns aspectos da Igreja e da Inquisição. Em um de seus sermões mais famosos, o da Sexagésima, o padre, munido de metáforas, traz a ideia contida na Parábola do Semeador para reforçar a premissa de que um dos problemas da Igreja está naqueles sacerdotes que não se esforçam em disseminar a palavra de Deus.
Volta para Portugal no ano de 1641 como diplomata após a Restauração da Coroa contra a Espanha. Volta para o Brasil e instala-se no Maranhão. Lá, desentende-se com os senhores de escravos, pois era de opinião contrária à escravidão indígena, e decide voltar para Lisboa. Em Portugal, defende os judeus, o que lhe rendeu dois anos de prisão pela Inquisição em Coimbra. Após ser anistiado, vai a Roma, onde consegue influência junto ao alto escalão da Igreja Católica.
Regressa ao Brasil em 1681 decidido a organizar a publicação de seus sermões, em 16 volumes, e permanece em Salvador até falecer em 1697.

Obras
Considerado um mestre na retórica e oratória, Vieira é conhecido pelos seus sermões, pelas cartas e por um livro de profecias não concluído. Sua obra continua sendo estudada nos dias de hoje não apenas no Brasil, pois Padre Antonio Vieria é um importante autor para as letras de língua portuguesa.
Antonio Vieira escreveu cerca de duzentos sermões durante toda sua vida. Dentre eles, os mais famosos são: da Sexagésima, da Quinta Dominga da Quaresma, de São Pedro, pelo Bom Sucesso das Armas de Portugal Conta as de Holanda, do Bom Ladrão, de Santo Antônio aos Peixes, dentre muitos outros. São escritos em estilo conceptista, utiliza-se da retórica para trabalhar suas ideias e conceitos.
Conhecido também pela sua vasta troca de correspondência, que somam mais de quinhentas cartas sobre o relacionamento entre Portugal e Holanda, sobre a Inquisição e a situação da Colônia.Em suas profecias, percebe-se o Sebastianismo, que é a crença no retorno de D. Sebastião a Portugal para transformá-la novamente em uma grande potência.
Gregório de Matos Guerra (1636 - 1696)

Poeta do movimento barroco brasileiro, Gregório de Matos Guerra nasceu no dia 23 de dezembro de 1636 em Salvador. Filho de pais abastados, seguiu a carreira jurídica e aos 19 anos foi a Portugal, com o intuito de cursar Direito na faculdade de Coimbra, onde trabalhou como juiz de fora na cidade de Alcácer do Sal (na região do Alentejo). Ainda em Portugal, é nomeado representante da Bahia nas cortes de Lisboa e, em 1672, torna-se procurador. Em 1679 é nomeado Desembargador da Relação Eclesiástica da Bahia pelo então arcebispo Gaspar Barata de Mendonça e, em 1682 é nomeado tesoureiro-mor da Sé pelo rei D. Pedro II de Portugal. Retorna ao Brasil em 1683, mas é destituído de suas funções por desacatar ordens da instituição religiosa, como a de não utilizar o vestuário exigido para seu cargo e, em 1685 é denunciado sob a acusação de que seus costumes e suas opiniões críticas não condiziam com esperado de alguém que exerce funções dentro de uma instituição sagrada. Nesse mesmo período, nutre inimizade tanto com pessoas influentes quanto com pessoas mais simples da sociedade baiana, o que acaba por gerar muitos dos seus poemas satíricos e eróticos, principalmente os de cunho religioso.
Devido a sua postura crítica, provoca a ira de um parente do governador-geral e é deportado para Angola em 1694. Lá chegando, auxilia a conter uma revolta militar local, recebendo como prêmio a possibilidade de retornar ao Brasil. Porém, na impossibilidade de retornar à Salvador, decide se instalar em Recife, onde permanece até falecer em 1696.

Obras
É considerado o primeiro poeta genuinamente brasileiro pois, anteriormente, os que escreviam na e sobre a colônia eram em sua maioria viajantes europeus ou jesuítas vindos principalmente de Portugal (Companhia de Jesus). Além disso, é responsável por uma vasta obra poética que começou a ser organizada e publicada nas primeiras décadas do século XIX.
Gregório de Matos é autor de poesias satíricas sobre autoridades civis e religiosas e ridicularizando costumes da cidade que lhe desagradavam, sua língua afiada e a mordacidade de seus versos lhe renderam o apelido de “Boca do Inferno”. Sua obra está dividida em três grandes temáticas: satírica (também conhecida por ser erótica e pornográfica), religiosa e amorosa as quais abarcam tanto o estilo cultista (valorização da forma) quanto o conceptista (valorização do conteúdo).
Embora Gregório de Matos exercesse fascínio por muitos estudiosos e críticos literários, sua obra só se tornou acessível ao público quando, entre os anos de 1923 e 1933, a Academia Brasileira de Letras publicou uma coletânea em seis volumes com toda a sua obra. Antes disso, a impressão de material na colônia sem autorização da corte era proibida e seu material era publicado em manuscritos e divulgado de mão em mão. Só mais adiante sua obra foi transformada em códices, o que permitiu que numerosos jornalistas e estudiosos das letras brasileiras se debruçassem sobre seus poemas e publicassem poemas e fragmentos em periódicos e antologias. O mais conhecido desse é o Florilégio da Poesia Brasileira (1850), uma compilação de 39 poemas de autoria do historiador Francisco Adolfo de Varnhagen e publicado em Lisboa.
José de Anchieta (1534 - 1597)

Nascido no ano de 1534 em Tenerife, Ilhas Canárias (arquipélago Espanhol). Filho de mãe judia, mudou-se para Coimbra, em Portugal, aos 14 anos a fim de receber sua formação intelectual longe dos domínios espanhóis em função da perseguição do Tribunal do Santo Ofício. Aos 17 anos ingressou na Companhia de Jesus, cuja principal missão era a difusão do cristianismo no então recém descoberto continente americano.
Temendo por sua saúde, seu superior enviou-o ao Brasil, por acreditar que os ares do novo continente seriam benignos para o padre. Ao chegar em terras brasileiras, foi acolhido pelo padre Manoel da Nóbrega, chefe da primeira missão jesuítica na América, que já se instalara em São Vicente. Anchieta veio ao Brasil na armada de Duarte Góis que trazia consigo Duarte da Costa (1553-1558), o segundo governador-geral do Brasil.
Os primeiros jesuítas que se instalaram, ainda durante o governo de Tomé de Sousa (1549-1553), foram responsáveis pela fundação do primeiro colégio estabelecido no Brasil, em Salvador. Mais tarde, em 1554, Anchieta participou da fundação do Colégio São Paulo, no Planalto de Piratininga, região onde atualmente se encontra a cidade de São Paulo.
Em 1563, José de Anchieta e Manuel da Nóbrega participaram do conflito conhecido como a Confederação dos Tamoios como mediadores da paz entre os portugueses e os índios tamoios que ameaçavam a segurança da região. Anchieta foi feito refém dos índios de Iperoig (região onde se encontra a cidade de Ubatuba) e lá permaneceu durante cinco meses. O episódio gerou o primeiro tratado de paz entre colonizadores e indígenas, graças às intervenções de Nóbrega e Anchieta e dos acordos entre os padres e os líderes indígenas e ficou conhecido como a Paz de Iperoig, evitando que os índios, enfurecidos, destruíssem as cidades e as vilas portuguesas.
Compôs o Poema à Virgem, poema de 4.172 versos, enquanto estava no cativeiro dos tamoios e, diz a lenda, que o havia escrito nas areias da praia e que, graças a sua memória excepcional, somente mais tarde teria transcrito o poema para o papel.
Tela de Benedito Calixto de Jesus (1853-1927) em que retrata Anchieta escrevendo seus poemas na areia
Em 1566, Anchieta é ordenado sacerdote e em 1569 funda o povoamento de Reritiba, localizado no estado do Espírito Santo. Nesse mesmo período, dirige, durante alguns anos, o colégio dos Jesuítas no Rio de Janeiro. Em 1577, Anchieta foi promovido a Provincial, maior cargo da Companhia de Jesus da época, sucedendo o padre Manuel da Nóbrega (falecido no ano de 1570), viajando pelo país e orientando as missões ao longo do território brasileiro.
Falece no ano de 1597 em Reritiba, cidade posteriormente renomeada de Anchieta. O padre ficou conhecido como “o apóstolo do Novo Mundo” por levar adiante a missão de evangelização dos gentios e pelos serviços prestados à Companhia de Jesus no continente americano.
Sua vida serviu de inspiração para que muitos artistas retratassem diversos episódios em forma de telas como, por exemplo, a missa rezada em ocasião da fundação do colégio São Paulo, a marcha realizada do litoral até a cidade de Vitória em decorrência de um naufrágio, entre outros. No ano de 1980, Anchieta foi beatificado pelo papa João Paulo II, pois, segundo investigação histórica conduzida pelo Vaticano, o padre operou o milagre da conversão de três indivíduos ao cristianismo de uma vez.

Obras
As principais obras do jesuíta estão divididas entre poemas, peças de teatro, sermões e, claro, na elaboração de uma gramática que facilitasse o ensino e o aprendizado da religião pelos indígenas. Seus poemas, carregados de subjetividade, mostram um Anchieta empenhado no louvor à religião católica, na busca pelo consolo das adversidades da vida que é encontrado apenas por meio da entrega e do amor divino e, claro, na vida dos santos.
Suas peças de teatro (autos), de cunho pedagógico, são voltadas para a catequização dos indígenas, escritos ora em português, ora em tupi, transformando o imaginário e os costumes daquelas sociedades “pagãs” em entidades “do Mal”, contrárias às imagens do cristianismo, que representam “o Bem”, criando dois pólos de oposição entre os dois mundos. Na Festa de São Lourenço é considerado seu auto mais importante, pois, embora não haja uma unidade narrativa nos quatro atos que o compõe, há a descrição de cenas da vida nativa e demais aspectos da vida dos indígenas.
Suas principais publicações são O De Gestis Mendi de Saa, impresso em 1563, poema épico em homenagem ao governador Mem de Sá que chefiou os primeiros levantes contra os franceses que invadiram as colônias portuguesas. É considerado o primeiro poema épico da América e anterior ao “Os Lusíadas” de Luís de Camões. No entanto, críticos e antropólogos contemporâneos chamam a atenção para o aspecto da violência contida no poema que, segundo a visão dos jesuítas, legitimaria a conquista, a subordinação e o extermínio dos indígenas em face de um objetivo “maior”, a evangelização, assemelhando-se às cruzadas medievais. Além disso, o imaginário pagão dos indígenas é considerado diabólico e seus rituais, principalmente o antropofágico, são vistos como algo bestial e animalesco, desprovido de significação cultural. Logo, o texto mostra, acima de tudo, que a vinda dos jesuítas, embora com objetivos diferentes dos conquistadores de terras, também se deu de maneira violenta, de um povo sobre outro e que a instalação dos redutos missionários não foi tão pacífica como se supunha, expondo as chagas da história brasileira; e A arte de gramática da língua mais usada na costa do Brasil, impresso em 1595, constitui-se no primeiro registro dos fundamentos da língua tupi.

Bibliografia:
BOSI, Alfredo. História Concisa da Literatura Brasileira. São Paulo: Cultrix, 2006.
GINZBURG, Jaime. A origem como inferno (a representação da guerra na poesia de José de Anchieta). In: BERND, Zilá. CAMPOS, Maria do Carmo (orgs). Literatura e americanidade. Porto Alegre: Editora da Universidade/UFRGS, 1995.
10 Fatos Curiosos sobre Autores, Livros e Literatura


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Fontes:
http://www.revistaliteraria.com.br/curiosidades.htm
http://listasliterarias.blogspot.com.br/2012/03/10-recordes-literarios-registrados-pelo.html
http://maisquecuriosidade.blogspot.com.br/2012/01/40-curiosidades-do-mundo-da-literatura.html