sábado, 22 de setembro de 2012

Informações importantes!


Caros alunos,

O Projeto de Leitura do Primeiro Ano do Ensino Médio, como já lhes foi apresentado, é o Blog da Leitura.

Orientamos que vocês façam a leitura dos textos e, em seguida, façam suas postagens de acordo com as orientações do seu professor.

É importante que, para que sua nota seja registrada, você disponibilize em cada postagem sua seu nome, série/turma/turno e número da chamada.

Em caso de dúvidas, procure um dos professores envolvidos no Projeto, que abaixo subscrevem,



Prof Victor - Língua Portuguesa
Prof Miguel - LEI
Profª Camila - LEI 

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Airton Monte



Vamos prestar uma humilde homenagem a um dos grandes escritores cearenses contemporâneos, Airton Monte.

Este escritor teve uma de suas obras indicadas para compor a lista de livros para leitura obrigatória do vestibular da UFC, no caso o livro de crônicas Moça com flor na boca.

Ele faleceu no dia 10 de setembro de 2012, vítima de câncer.

Que tal pesquisarmos um pouco mais sobre vida e obra deste autor. Seriam duas questões propostas:

  1. Fale sobre a biografia do autor (informando livros publicados, prêmios e estilos).

  2. Pesquise, pelo menos, dois textos de Airton Monte, informe o nome e faça um resumo.


Airton Monte




Veja agora dois textos publicados no Jornal O Povo e no Diário do Nordeste, bem como no site Jangadeiro Online.


Morte de Airton Monte fecha ciclo de grandes cronistas cearenses


Do médico e professor Marcelo Gurgel, recebemos essa nota em tom de homenagem ao falecido Airton Monte. Confira:

Caro Eliomar de Lima,


Airton Monte foi nosso contemporâneo na Faculdade de Medicina da UFC, tendo ele concluído o curso como integrante da “Turma JK”, de dezembro de 1976. À época estudantil, tivemos uma maior aproximação no Projeto Acadêmico Pacatuba, quando atuamos juntos no atendimento da Clínica Psiquiátrica. Depois de formados, mantivemos a convivência laboral em funções exercidas na Secretaria da Saúde do Estado do Ceará, quando ele trabalhou na assessoria de comunicação dessa pasta.

Nos últimos dez anos, nos encontramos diversas vezes em eventos culturais, momentos esses marcados por mútuas amabilidades e carregados de boas lembranças.

Há dois anos, quando de sua hospitalização para tratamento da grave enfermidade que abreviou a sua existência, o visitamos seguidamente, procurando prestar a nossa solidariedade e demonstrar o nosso especial apreço por ele.

Com sua morte, encerra-se o ciclo dos grandes cronistas cearenses, cuja tríade de escol foi formada por Ciro Colares, Milton Dias e Airton Monte.


* Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Da Academia Brasileira de Médicos Escritores.


http://blog.opovo.com.br/blogdoeliomar/morte-de-airton-monte-fecha-ciclo-de-grandes-cronistas-cearenses/


Até mais, Airton Monte


A morte de Airton Monte, escritor e médico – excedente nas qualidades de ambas as condições – me deu um banzo danado.

Em 2001, quando no jornal “O Povo”, cheguei a desenvolver um projeto de editar em livro crônicas que Airton escreveu no caderno Vida & Arte. Não deu certo, nem lembro mais o porquê.

Airton resumia em seus textos um caráter ácido e doce, irônico e satírico, melancólico e bem humorado tão presente na vida e, hoje em dia, tão esquecido por nós.

http://blogs.diariodonordeste.com.br/roberto/ceara/ate-mais-airton-monte/


Airton Monte morre de câncer aos 63 anos em Fortaleza


O cronista e médico cearense Airton Monte morreu, na noite dessa segunda-feira (10), vítima de câncer. O poeta, que era casado e tinha dois filhos, faleceu em casa, por volta das 20h.

Airton Monte nasceu em Fortaleza, no ano de 1949. Filho de Airton Teixeira Monte e Valdeci Machado Monte, se formou em Medicina na Universidade Federal do Ceará (UFC).

Era cronista do jornal O Povo, comentarista de rádio, redator de televisão, letrista, teatrólogo e poeta contista. Iniciou-se na revista O Saco, onde publicou contos. Além disso, foi um dos fundadores do Grupo Siriará de Literatura.

http://www.jangadeiroonline.com.br/fortaleza/airton-monte-morre-de-cancer-aos-63-anos-em-fortaleza/


sexta-feira, 7 de setembro de 2012

A mulher brasileira - Lima Barreto


É de uso que, nas sobremesas, se façam brindes em honra ao aniversariante, ao par que se casa, ao infante que recebeu as águas lustrais do batismo, conforme se tratar de um natalício, de um casamento ou batizado. Mas, como a sobremesa é a parte do jantar que predispõe os comensais a discussões filosóficas e morais, quase sempre, nos festins familiares, em vez de se trocarem ideias sobre a imortalidade da alma ou o adultério, como observam os Goncourts, ao primeiro brinde se segue outro em honra à mulher, à mulher brasileira.
Todos estão vendo um homenzinho de pince-nez, testa sungada, metido numas roupas de circunstâncias; levantar-se lá do fim da mesa; e, com uma mão ao cálice, meio suspenso, e a outra na borda do móvel, pesado de pratos sujos, compoteiras de doce, guardanapos, talheres e o resto - dizer: “Peço a palavra"; e começar logo: Minhas senhoras, meus senhores". As conversas cessam; Dona Lili deixa de contar a Dona Vivi a história do seu último namoro; todos se aprumam nas cadeiras; o homem tosse e entra em matéria: “A mulher, esse ente sublime..." E vai por aí, escachoando imagens do Orador familiar, e fazendo citações de outros que nunca leu, exaltando as qualidades da mulher brasileira, quer como mãe, quer como esposa, quer como filha, quer como irmã.
A enumeração não foi completa; é que o meio não lhe permitia completá-la.
É uma cena que se repete em todos os festivos ágapes familiares, às vezes mesmo nos de alto bordo.
Haverá mesmo razão para tantos gabos? Os oradores terão razão? Vale a pena examinar.
Não direi. que, como mães, as nossas mulheres não mereçam esses gabos; mas isso não é propriedade exclusiva delas e todas as mulheres, desde as esquimós até às australianas, são merecedoras dele. Fora daí, o orador estará com a verdade?
Lendo há dias as Memórias, de Mine. d'Épinay, tive ocasião de mais de uma vez constatar a floração de mulheres superiores naquele extraordinário século XVIII francês.
Não é preciso ir além dele para verificar a grande influência que a mulher francesa tem tido na marcha das ideias de sua pátria.
Basta-nos, para isso, aquele maravilhoso século, onde não só há aquelas que se citam a cada passo, como essa Mine. d'Épinay, amiga de Grimm, de Diderot, protetora de Rousseau, a quem alojou na famosa “Ermitage", para sempre célebre na história das letras; e Mine. du Deffant, que, se não me falha a memória, custeou a impressão do Espírito das leis. Não são unicamente essas. Há mesmo um pululamento de mulheres superiores que influem, animam, encaminham homens superiores do seu tempo. A todo o momento, nas memórias, correspondências e confissões, são apontadas; elas se misturam nas intrigas literárias, seguem os debates filosóficos.
É uma Mine. de Houdetot; é uma Marechala de Luxemburgo; e até, no fundo da Sabóia, na doce casa de campo de Charmettes, há uma Mine. de Warens que recebe, educa e ama um pobre rapaz maltrapilho, de quem ela faz mais tarde Jean-Jacques Rousseau.
E foi por ler Mine. d'Épinay e recordar outras leituras, que me veio pensar nos calorosos elogios dos oradores de sobremesas à mulher brasileira. Onde é que se viram no Brasil, essa influência, esse apoio, essa animação das mulheres aos seus homens superiores?
É raro; e todos que o foram, não tiveram com suas esposas, com suas irmãs, com suas mães, essa comunhão nas ideias e nos anseios, que tanto animam, que tantas vantagens trazem ao trabalho intelectual.
Por uma questão qualquer, Diderot escreve uma carta a Rousseau que o faz sofrer; e logo este se dirige a Mme. d'Épinay, dizendo: “Se eu vos pudesse ver um momento e chorar, como seria aliviado!" Onde é que se viu aqui esse amparo, esse domínio, esse ascendente de uma mulher; e, entretanto, ela não era nem sua esposa, nem sua mãe, nem sua irmã, nem mesmo sua amante!
Como que adoça, como que tira as asperezas e as brutalidades, próprias ao nosso sexo, essa influência feminina nas letras e nas artes.
Entre nós, ela não se verifica e parece que aquilo que os nossos trabalhos intelectuais têm de descompassado, de falta de progressão e harmonia, de pobreza de uma alta compreensão da vida, de revolta clara e latente, de falta de serenidade vem daí.
Não há num Raul Pompéia influência da mulher; e cito só esse exemplo que vale por legião. Se houvesse, quem sabe se as suas qualidades intrínsecas de pensador e de artista não nos poderia ter dado uma obra mais humana, mais ampla, menos atormentada, fluindo mais suavemente por entre as belezas da vida?
Como se sente bem a intimidade espiritual, perfeitamente espiritual, que há entre Balzac e a sua terna irmã, Laura Sanille, quando aquele lhe escreve, numa hora de dúvida angustiosa dos seus tenebrosos anos de aprendizagem: "Laura, Laura, meus dois únicos desejos, 'ser célebre e ser amado', serão algum dia satisfeitos?" Há disso aqui?
Se nas obras dos nossos poetas e pensadores, passa uma alusão dessa ordem, sentimos que a coisa não é perfeitamente exata, e antes o poeta quer criar uma ilusão necessária do que exprimir uma convicção bem estabelecida. Seria melhor talvez dizer que a comunhão espiritual, que a penetração de ideias não se dá; o poeta força as entradas que resistem tenazmente.
É com desespero que verifico isso, mas que se há de fazer? É preciso ser honesto, pelo menos de pensamento...
É verdade que os homens de inteligência vivem separados do país; mas se há uma pequena minoria que os segue e acompanha, devia haver uma de mulheres que fizesse o mesmo.
Até como mães, a nossa não é assim tão digna dos elogios dos oradores inflamados. A sagacidade e agilidade de espírito fazem-lhes falta completamente para penetrar na alma dos filhos; as ternuras e os beijos são estranhos às almas de cada um. Sonho do filho não é percebido pela mãe; e ambos, separados, marcham no mundo ideal. Todas elas são como aquela de que fala Michelet: "Não se sabe o que tem esse menino. Minha Senhora, eu sei: ele nunca foi beijado".
Basta observar a maneira de se tratarem. Em geral, há jeitos cerimoniosos, escolhas de frases, ocultações de pensamentos; o filho não se anima nunca a dizer francamente o que sofre ou o que deseja e a mãe não o provoca a dizer.
Sem sair daqui, na rua, no bonde, na barca, poderemos ver a maneira verdadeiramente familiar, íntima, sem morgue nem medo, com que as mães inglesas, francesas e portuguesas tratam os filhos e estes a elas. Não há sombra de timidez e de terror; não há o "senhora" respeitável; é "tu", é “você”.
As vantagens disso são evidentes. A criança habitua-se àquela confidente; faz-se homem e, nas crises morais e de consciência, tem onde vazar com confiança as suas dores, diminuí-las, portanto, afastá-las muito, porque dor confessada é já meia dor e tortura menos. A alegria de viver vem e o sorumbatismo, o mazombo, a melancolia, o pessimismo e a fuga do real vão-se.
Repito: não há tenção de fazer uma mercurial desta crônica; estou a exprimir observações que julgo exatas e constato com raro desgosto. Antes, o meu maior desejo seria dizer das minhas patrícias, aquilo que Bourget disse da missão de Mme. Taine, junto a seu grande marido, isto é, que elas têm cercado e cercam o trabalho intelectual de seus maridos, filhos ou irmãos de uma atmosfera na qual eles se movem tão livremente como se estivessem sós, e onde não estão de fato sós.
Foi, portanto combinado a leitura de uma mulher ilustre com a recordação de um caso corriqueiro da nossa vida familiar que consegui escrever estas linhas. A associação é inesperada; mas não há do que nos surpreender com as associações de ideias.
Vida urbana, 27-4-1911

1) Fale sobre os seguintes aspectos do texto:

a) Assunto abordado
b) Linguagem
c) Personagens
d) Tipo textual
e) Gênero textual
f) Impressões pessoais do texto
g) Foco narrativo
h) Elementos pré-textuais
i) Elementos pós-textuais

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Fernando Tavares Sabino



Nasceu em Belo Horizonte (12 de outubro de 1923) e faleceu no Rio de Janeiro (11 de outubro de 2004).
Escritor e jornalista, o grande cronista é autor de um dos mais conceituados romances brasileiros, "O Encontro Marcado" (1956). Desde a adolescência colaborou com artigos, crônicas e contos para revistas de Belo Horizonte, conquistando vários prêmios em concursos.
Formou-se em Direito pela Faculdade Federal do Rio de Janeiro, em 1946; logo depois foi para Nova York onde morou por dois anos. Em 1957 decidiu viver exclusivamente como escritor e jornalista. Iniciou uma produção diária de crônicas para o Jornal do Brasil, colaborando também para a revista Senhor.
Em 1960, Fernando Sabino publicou o livro "O homem nu", pela Editora do Autor, fundada por ele, Rubem Braga e Walter Acosta. Publicou, em 1962, "A mulher do vizinho", que recebeu o Prêmio Fernando Chinaglia, do Pen Club do Brasil. Fundou, em 1967, em conjunto com Rubem Braga e Otto Lara Rezende, a Editora Sabiá, onde publicou livros de Vinicius de Moraes, Paulo Mendes Campos, Otto Lara Resende, Carlos Drummond de Andrade, Manuel Bandeira, Cecília Meireles e Clarice Lispector, entre outros. Em 1979 publicou "O grande mentecapto", iniciado mais de trinta anos antes, obra que lhe rendeu o Prêmio Jabuti. Em julho de 1999, recebeu da Academia Brasileira de Letras o prêmio Machado de Assis pelo conjunto de sua obra.
Faleceu em sua casa em Ipanema, Rio de Janeiro, às vésperas do 81º aniversário. A seu pedido, eis seu epitáfio: "Aqui jaz Fernando Sabino, que nasceu homem e morreu menino!" .
Texto extraído do livro "A Companheira de Viagem", Editora do Autor - Rio de Janeiro, 1965, pág. 174.


1) A que gênero textual pertence o texto acima?
2) Que informações básicas temos de Fernando Sabino?(mencionar nome completo, naturalidade, ano de nascimento e morte)
3) Fernando Sabino, em 1956, escreveu um dos mais conceituados romances brasileiros. Que livro foi esse?
4) De que livro foi extraído o texto acima?